Educação Municipal é destaque com o Selo Petronilha para Relações Étnico-Raciais e lança Feira Multidisciplinar

11/6/2025, 15:49 | Foto: Silvio Tito
Reconhecer práticas educacionais que promovem a equidade racial e fortalecer ações pedagógicas

Na manhã desta quarta-feira (11), a Secretaria Municipal de Educação (Seduc) de Feira de Santana promoveu um encontro com gestores escolares para a apresentação do Selo Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva de Educação para as Relações Étnico-Raciais e o lançamento da Feira Multidisciplinar. O evento foi realizado com o objetivo de reconhecer práticas educacionais que promovem a equidade racial e fortalecer ações pedagógicas voltadas às relações étnico-raciais nas escolas.

O selo é uma das estratégias da Política Nacional de Equidade para Relações Étnico-Raciais e Educação Escolar Quilombola (PNERC), lançada pelo Ministério da Educação (MEC) em 2023. A proposta é estimular escolas e secretarias de educação a implementarem formações, projetos e ações contínuas que valorizem a diversidade racial no ambiente escolar.

Segundo a coordenadora do Núcleo de Educação para Relações Étnico-raciais e Educação Quilombola da Seduc, Railda Neves, entre os 17 municípios que integram o Portal do Sertão, apenas dois — Feira de Santana e Ipecaetá — receberam o selo. Ela ressalta que a conquista representa o reconhecimento de um trabalho constante e que precisa se manter vivo nas escolas.

“Esse é um momento importante que trata de questões que já vêm sendo realizadas sobre a questão étnico-racial e educação escolar quilombola. É um selo que a escola ganha por ter realizado atividades relativas à temática, válido por um ano. Queremos que Feira continue sendo referência, por isso é fundamental mobilizar os gestores”, destacou Railda.

Railda também reforçou que o selo exige que as escolas estejam atentas aos critérios estabelecidos pelo MEC, como formação de professores, gestores e alunos sobre a temática racial, e ações ao longo de todo o ano, evitando a concentração apenas em datas simbólicas, como o Novembro Negro.

“Ninguém é preto só em novembro. A gente precisa discutir o tema durante todo o currículo. O gestor precisa se formar, se reencontrar no caminho da aprendizagem com esse arcabouço de África, de africanidade, de diáspora, para construirmos um currículo vivo, onde todos os sujeitos estejam representados”, acrescentou.

Durante o encontro, alunos da Escola Municipal Quilombola Luiz Pereira dos Santos, localizada na comunidade de Lagoa Grande, distrito de Maria Quitéria, marcaram presença. A diretora da escola, Maria Moreira, emocionou o público ao falar sobre o papel da educação na transformação de realidades.

“Criamos uma programação no Novembro Negro sobre o dia de amanhã, para que as crianças visualizassem o que seriam no futuro. Muitas ouvem que, se os pais são ambulantes, elas também serão. Eu sou filha de ambulantes e virei professora. É preciso mostrar pra eles o mundo e suas possibilidades”, afirmou.

O vice-prefeito e secretário municipal de Educação, Pablo Roberto, enfatizou a importância da iniciativa e o compromisso da gestão com a pauta da equidade racial.

“A concessão do Selo Petronilha reforça que estamos no caminho certo, promovendo uma educação que valoriza a diversidade, respeita as diferenças e combate o racismo estrutural. Nosso compromisso é continuar apoiando as escolas com formações, recursos e políticas públicas que façam da equidade uma realidade cotidiana nas salas de aula”, afirmou o secretário.

A Feira Multidisciplinar, lançada durante o evento, será mais uma estratégia para integrar práticas pedagógicas com o tema da diversidade, incentivando produções estudantis que dialoguem com a história, a cultura e as lutas do povo negro e quilombola.



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