INTENDENTES: ANTES DOS PREFEITOS E ASSIM COMO ELES, IMPORTANTES PARA FEIRA DE SANTANA

2/6/2025, 15:52 | Foto: Divulgação - Site da PMFS
A coluna Feira em História, assinada pelo jornalista Zadir Marques Porto, traz fatos históricos e curiosos sobre a cidade

Intendente e prefeito: o mesmo cargo, com importância equivalente e as mesmas atribuições na administração pública, apenas com titulação diferente. Em Feira de Santana, a intendência durou 56 anos e foi ocupada por 10 gestores, dois deles em duas oportunidades. Do primeiro, o médico Joaquim Remédios Monteiro, ao último, o advogado Elpídio Raimundo Nova, uma breve história, com o aspecto interessante ou curioso de que o último intendente também aparece como o primeiro prefeito do município e voltou ao cargo depois do segundo prefeito.

Entre 1873 e 1929, o município de Feira de Santana foi administrado por intendentes, gestores com os mesmos poderes e deveres de um prefeito, na verdade, tendo como única diferença o título. Alguns deles nomeados, outros eleitos. No total, foram 10 intendentes no período de 56 anos, sendo que Bernardino Bahia ocupou o posto em duas oportunidades (1912/1915 e 1920/1923), o mesmo ocorrendo com José Antunes Guimarães, que em dois momentos foi eleito para substituir o titular. No primeiro caso, ele substituiu José Freire de Lima (1903/1904), que faleceu sem concluir o mandato, mas teve como ato marcante a fundação da Guarda Municipal. Posteriormente (1906/1907), José Antunes Guimarães ocupou o lugar de Tito Ruy Bacelar, que se afastou da intendência para concorrer a deputado estadual, sendo eleito.

Portanto, entre 1873 e 1929, os intendentes de Feira de Santana foram: Joaquim Remédios Monteiro, Joaquim de Melo Sampaio, José Freire de Lima, José Antunes Guimarães (duas vezes), Tito Ruy Bacelar, Bernardino da Silva Bahia (duas vezes), Abdon Alves de Abreu, Agostinho Froes da Mota (que foi nomeado devido à extinção do sistema de eleição), Arnold Ferreira da Silva e Elpídio Raimundo Nova. Natural de Salvador, o advogado Elpídio Nova viveu a interessante experiência de ter sido o último intendente de Feira de Santana (1928/1929) e o primeiro prefeito (1929/1931). Essa situação decorreu da mudança do título de intendente para prefeito em 1929.

O desempenho dele foi considerado positivo, registrando, entre outras realizações, a construção da Cadeia Pública Municipal na Rua Visconde do Rio Branco, que, 52 anos depois, em 1982, no governo do prefeito José Raimundo Azevedo, foi transformada em Câmara Municipal. Ainda na gestão do advogado Elpídio Nova foram instalados o serviço telefônico no município e a rede elétrica, passando a cidade a receber energia fornecida pela hidrelétrica de Bananeiras em 1928 — dois importantes avanços comemorados pela comunidade.

Também foram registrados como fatos importantes do período a formatura da primeira turma de professores licenciados pela Escola Normal de Feira de Santana em 1928 e a primeira apresentação do Hino à Feira, escrito, musicado e executado pela professora Georgina de Mello Erismann. O segundo prefeito (1931/1933), nomeado pelo governo do estado, foi João Mendes da Costa.

O advogado Elpídio Raimundo Nova voltou a comandar o município como prefeito (1933/1935). Um dos fatos importantes ocorridos durante sua administração foi a fundação do Ginásio Santanópolis, em 1933, pelo deputado estadual Áureo de Oliveira Filho. O estabelecimento, segundo de natureza particular no município — o primeiro, de existência breve, foi o Donato de Souza —, tornou-se referência regional como núcleo educacional durante longo tempo. O Santanópolis, localizado na Avenida Getúlio Vargas, ocupava toda a área onde está o Hotel Caroá e o estacionamento em derredor.

O quarto prefeito foi Heráclito Dias de Carvalho (1935/1937). Fica fácil a memorização desse governo pelo fato de nele ter ocorrido a realização da primeira Micareta de Feira de Santana, em 27 de março de 1937, e a instalação do primeiro cinema com som, onde já existia o Cine Teatro Santana, na Rua Direita, atual Conselheiro Franco, um quarteirão antes do Centro Universitário de Cultura e Arte (CUCA). O período de governança de intendentes para prefeitos foi alvissareiro para o município, registrando muitos acontecimentos importantes que vieram solidificar o desenvolvimento da Princesa do Sertão.

Por Zadir Marques Porto



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