FEIRA EM HISTÓRIA - O COMÉRCIO NOS FESTEJOS JUNINOS

15/6/2020, 11:48h | Arquivo

Abertos com as trezenas e procissão dos romeiros numa promoção dos frades capuchinhos, os festejos juninos – Santo Antonio, São João e São Pedro, de tempos idos agitavam o comércio da cidade. Vale a pena lembrar a movimentação em 1981 às vésperas dia da fogueira do São João. (Adilson Simas)

O forró na porta das lojas chamava a atenção dos fregueses. Alguns estabelecimentos ficaram famosos no uso desta tática, entre eles no distante ano de 1981 estava o “Mercadão das Malhas”.

Em tempo de festa junina, não faltava o cidadão comum transformado em sanfoneiro para ganhar alguns trocados. Vestido em trajes típicos e empunhando instrumentos do forró, era visto na Sales Barbosa, Marechal Deodoro, Conselheiro Franco, Praças da Bandeira e João Pedreira e outras.

Grupos profissionais também animavam as lojas do centro comercial. Entre estes, se destacava o conhecido “Os Três do Nordeste”, formado nos anos 60 pelos comerciantes, Francisco de Assis, José Bezerra e José Miranda.

Vale frisar que já no inicio dos anos 80 o famoso grupo “Os Três do Nordeste” era contratado para participar do concurso de quadrilhas promovido pela Secretaria de Turismo. Mas o trio se gabava mesmo era de ser o responsável pela animação do São Pedro do FTC.

O outro grupo que também despertava a atenção era comandado pelo motorista Manuel Alves dos Santos que no mês de junho virava sanfoneiro. Com ele, formando o trio, o fotógrafo José Ferreira da Silva e o carroceiro Raul Carneiro.

O clima junino fazia a alegria dos camelôs. No centro da cidade, em ruas como a Vitorino Gouveia, eles espalhavam de tudo: confecções, calçados, flores de papel crepom e chapéus enfeitados – até mesmo com  tranças.

Artigos predominantes nas calçadas naqueles festejos eram os chapéus de palhas. Desde os mais simples, apenas com uma saudação a São João pintada na aba, aos mais enfeitados ou com abas desfiadas. Existiam também os chapéus de papel crepom enfeitados geralmente com “areia prateada” que eram destinados às crianças.

Ainda no colorido das ruas os vendedores da “sorte”. Ela vinha envolta no papel crepom em forma de cravos que as mulheres compravam para ofertar aos namorados, ou em pequenos arranjos para cabelos que os homens ofertavam as suas “eleitas”.

Algumas “sortes” nem sempre eram agradáveis tanto para quem ofertava como para quem recebia. Uma delas, por exemplo, dizia: “Teu falso príncipe encantado/Que conquistou teu amor/é gabola inveterado/barato conquistador”.