FEIRA EM HISTÓRIA - GEISEL NA CIDADE EM 1976

19/5/2020, 14:2h | Arquivo

Há 44 anos – sexta-feira, 14 de maio de 1976, Feira de Santana recebeu a visita do presidente da Republica, Ernesto Geisel, aqui permanecendo praticamente durante toda a manhã (Adilson Simas).

Uma semana antes o jornal Feira Hoje de sexta, 7, já anunciava que “Chegam hoje a esta cidade os batedores da Companhia de Policia do Exercito da 6ª Região Militar e do 4º Batalhão do Exército de Recife encarregados de proteger o presidente”.

Como era ano eleitoral a Arena que dava sustentação ao regime, através dos seus lideres locais, trataram de assumir a organização da visita presidencial, colocando à margens da programação a autoridade maior da cidade, o prefeito José Falcão, do MDB.

Tanto assim que na mesma edição do dia 7, o jornal informou que no dia anterior, Ângelo Mário Silva, presidente local do parido promoveu ampla reunião no auditório do Hospital Dom Pedro de Alcântara “para tratar da visita de Geisel”.

A nota cita os presentes convocados pelo partido, entre eles dirigentes dos principais órgãos públicos estaduais existentes na cidade, além de representantes de entidades como Associação Comercial, Centro das Indústrias e CDL.

Logo em seguida as emissoras de rádio e também os jornais, começaram a divulgar nota das entidades patronais convidando para a “grande concentração”, mas também anunciando o fechamento do comércio e da indústria durante a estada do presidente.

Geisel passou a ser o quarto presidente no exercício do mandato a visitar Feira de Santana. O primeiro foi Getulio Vargas durante o Estado Novo, vindo pela ordem Juscelino Kubitschek em 1957 e Castelo Branco em 1967.

Além de presidir a inauguração da Fábrica de Pneus Tropical, no Núcleo Piloto do Subaé, na Feira/Salvador, o programa também constou o anunciou da conclusão da duplicação da BR/324 e a implantação da rede de esgotos sanitários, com discursos na Praça. João Pedreira.

Antes das 9 horas o presidente pisou na terra de Santana. Chegou de helicóptero com o governador Roberto Santos, alguns ministros e assessores militares e civis. Vários ministros e outras autoridades, porém chegaram a esta cidade utilizando a rodovia Feira-Salvador.

Dona Lucy, a primeira-dama e a filha Amália Geisel, que sempre acompanharam o general presidente, cumpriram programa a parte, em Salvador, ao lado da primeira-dama do Estado, Maria Amélia Santos. O Museu de Arte Sacra foi um dos pontos visitados.

Após o ato inaugural de Pneus Tropical (hoje Pirelli), o presidente se dirigiu a Praça João Pedreira para falar ao povo feirense. Antes a multidão ouviu discursos de ministros, entre eles Dirceu Nogueira, dos Transportes e do governador Roberto Santos.

Vale frisar que o mercado não funcionou. A arrumação para a feira-livre de sábado em volta do mercado só começou quando terminou a concentração. O pedido para o seu fechamento foi feito ao prefeito pelo comandante João Longuinhos, do1ºBPM/FS.

Para os arenistas o melhor momento da fala foi quando o presidente ergueu o braço de Ângelo Mário e disse que ele seria o candidato seu e do partido para ganhar as eleições. O gesto, fotografado, foi a principal peça publicitária da campanha do partido.

Após o ato popular Geisel voltou a Pneus Tropical onde almoçou. Na seqüência retornou a Salvador e por volta das 14 horas regressou a Capital Federal. Alguns membros da comitiva ficaram mais tempo na cidade discutido a sucessão do prefeito José Falcão. Entre eles o presidente nacional da Arena, o senador Francelino Pereira.

Nota triste da visita foi o não convite ao chefe do executivo para participar do ato público. Afinal em que pese o gesto político do presidente anunciando apoio, a Ângelo Mário, o motivo maior de sua vinda a Feira de Santana foi o anuncio de obras para a população de um modo geral. O prefeito, entretanto. Esteve no palanque da Pneus Tropical.

Aquela não foi a primeira visita de Ernesto Geisel a terra de Santana. Nove anos antes, em 1967 ele aqui esteve acompanhando presidente Castelo Branco, como Chefe da Casa Militar do primeiro governante do ciclo militar instalado em 1964 (Adilson Simas).