FEIRA EM HISTÓRIA: Última quinzena de janeiro de 1971

20/1/2020, 9:35h |

A última quinzena de janeiro de 1971 foi de muito movimento na cidade. No dia 31, por exemplo, o prefeito João Durval passou o cargo para o prefeito eleito Newton Falcão e na câmara foi instalada a 7ª legislatura. (Adilson Simas)
 
Quarenta e nove anos depois aqui estão algumas lembranças daquele tempo, tomando como fonte o extinto jornal “Feira Hoje”, que só circulava aos sábados. 
 
Depois de sessenta dias de absoluto silencio, uma semana antes da posse o prefeito eleito Newton da Costa Falcão reuniu a imprensa e numa entrevista coletiva tornou público os nomes que formariam no seu secretariado. No anuncio, duas surpresas:
 
Primeiro a escolha do professor Antonio Araújo para a importante Secretária de Finanças. Vereador de vários mandatos e primeiro candidato a prefeito pelo MDB de Feira, em 1966, seu Araújo do Cartório era do PSD de Colbert, Pinto, Falcão e outros, liderados do cacique Eduardo Fróes da Motta.
 
Segundo foi o anunciou de dois técnicos – arquitetos Juracy Dórea e Everaldo Cerqueira, como comandantes da Surfeira, tirando o cunho político que marcou a criação da autarquia, tida como uma prefeitura paralela, pois  executava e fiscalizava as pequenas e grandes obras públicas do município.
 
Fechando a equipe, Adnil Falcão (Gabinete), Gil Marques Porto (Expansão Econômica), Asclepíades Negritos de Barros (Serviços Urbanos), Ângelo Mario de Carvalho (Desenvolvimento Comunitário), Faustino Dias Lima (Administração) e José Maria Nunes Marques (Educação). 
 
Naqueles últimos dias de janeiro de 1971, aqui esteve o governador Luiz Vianna Filho, também em fim de mandato, pois em março passaria o comando do Estado para o deputado federal ACM que era o prefeito nomeado de Salvador e havia sido também nomeado novo Governado da Bahia.
 
Recebido com festa, Luiz Vianna inaugurou na antiga Escola João Florência, hoje Arquivo Municipal, a Delegacia Escolar da região e as escolas estaduais Ecilda Ramos e Otávio Mansur, em terrenos doados pela prefeitura.
 
Vianna muito realizou em Feira, inclusive na área educacional, com destaque para o Colégio Assis Chateaubriand e a Faculdade de Educação que deu origem a UEFS. Naquele dia ele recebeu o titulo de Cidadão Feirense, projeto de Artur Santos, suplente de vereador no exercício do mandato.     
 
O prefeito João Durval também aproveitou os últimos dias de seu mandato para entregar obras. Uma delas, o Teatro Municipal, na Rua Carlos Gomes, que os artistas batizaram com o nome da falecida atriz Margarida Ribeiro, irmã do então vereador Luciano Ribeiro, do MDB, e um dos membros dos movimentos artístico-culturais da cidade.
 
Outro grande acontecimento nos últimos dias de janeiro foi o lançamento da Pedra Fundamental de uma unidade da Peterco do Nordeste Produtos Elétricos S/A, às margens da rodovia BR/324, trecho conhecido na época como Núcleo Piloto do CIS.
 
O evento trouxe a Feira o alto comando da empresa e vários empresários que à noite foram recepcionados pelas autoridades locais com um jantar no Clube de Campo Cajueiro. A Peterco anunciou uma área construída de 16 mil metros quadrados e prometeu 500 empregos diretos. 
 
Notícia triste nos últimos dias de janeiro, foi o embate jurídico entre o Clube de Campo Cajueiro e a Phebo do Nordeste edificada ao lado do clube. A diretoria do Cajueiro alegava que a poluição da indústria colocava em risco a saúde dos associados.
 
O último dia do mês, domingo, 31, foi de movimentação política. O juiz Jarbas Pedreira instalou a 7ª Legislatura composta de 13 vereadores, 8 da Arena e 5 do MDB. O arenista Jorge Mascarenhas foi eleito para presidir aquele primeiro período legislativo.
 
Juntos com Jorge Mascarenhas formavam na bancada da Arena, José Pinto, Newton Tavares, Dival Machado, Alberto Oliveira, Paulo Cordeiro, Araújo Freitas e Orlando Leite. Na bancada do MDB estavam Roque Aras, Noide Cerqueira, José Raimundo, Antonio Carlos Coelho e Nilton Belas. 
 
No mmesmo dia com a câmara já instalada e o plenário totalmente ocupado, aconteceu a posse do prefeito Newton Falcão que antes de usar da palavra ouviu dois discursos. De Alberto Oliveira, saudando o prefeito correligionário e de Roque Aras, anunciando que o MDB faria uma oposição vigilante.  
 
Fechando as notícias da segunda quinzena de janeiro, com um concorrido coquetel no Cajueiro, a antiga Telefeira, concebida por homens feirenses e que mais tarde viraria Telebahia lançou à venda 300 linhas telefônicas em Feira, iniciando a ampliação do seu sistema que logo chegaria a 2 mil aparelhos.