Feira em História: As condecorações da Câmara

9/12/2019, 9:14h |

Até os anos 70, a câmara dispunha apenas do titulo de “Cidadão Feirense” com o qual o legislativo distinguia pessoas com grandes serviços prestados a cidade, mas que aqui não nasceram.
 
O primeiro, quando o legislativo ainda funcionava no prédio da Prefeitura, foi concedido a Padre Mário Pessoa Bahiense da Silva e o autor da resolução foi o vereador Antônio Pinto, irmão de Chico Pinto, durante a IV Legislatura (1959/1962).
 
Padre Mário nasceu em Salvador, mas grande parte de sua vida foi dedicada a esta cidade. Homem santo, entre outras marcas, além de dar continuidade ao Asilo de Lourdes idealizado por Padre Ovídio, foi  o criador do Dispensário de Santana.
 
Em 1979, na IX legislatura, a câmara instituiu a “Comenda Maria Quitéria”. para distinguir personalidades com comprovadas ações em favor da cidade nos  diversos setores. Além dos feirenses, também são laureados os não feirenses. Tipo aquela história: a personalidade não pode ter o titulo de Cidadão Feirense, mas faz jus a Comenda Maria Quitéria.
 
O autor foi o vereador Antônio Carlos Daltro Coelho e o escolhido para receber a  primeira comenda foi o radialista Edival Souza, que dispensa comentários.  
 
Em tempos idos, sessão especial da câmara para a entrega do titulo de “Cidadão Feirense” ou da “Comenda Maria Quitéria”, só acontecia de “caju em caju”, dada à rigidez que marcava a votação e aprovação das honrarias.
 
Aquele acontecimento mexia com toda a cidade. Povo, autoridades e os próprios vereadores disputavam espaço, sem falar que a filarmônica escalada, executado o Hino a Feira e seus belos dobrados, geralmente inaugurando farda nova.
 
O evento, que em tempo distante, só acontecia de “caju em caju”, passou a ser realizado quase que o ano inteiro, transformado em ato rotineiro da Casa, e muitas vezes quase sem a presença dos próprios vereadores.
 
Exceto em raros casos, muitas dessas sessões são realizadas apenas com a presença do presidente da casa, quando aparece, do vereador autor da proposta que termina comando o ato e o homenageado com seus convidados.
 
Acreditamos que os escolhidos, todos eles, são digno láureo. Por outro lado, não podemos esconder que nos dias atuais já não existe a mesma rigidez do passado na hora da indicação.
 
Mesmo com o título de “Cidadão Feirense” e a “Comenda Maria Quitéria” não mais motivando sessões com o mesmo brilho de antigamente, a Câmara  continua criando outras condecorações que de tão abrangentes terminam diminuindo mais ainda  o objetivo da Comenda Maria Quitéria, destinada às  pessoas com serviços nas mais diversas áreas.
 
A propósito vale lembrar algumas honrarias e suas respectivas denominações, também concedidas pelos nossos vereadores:
 
Áureo Filho (pessoas com atuação na área educacional). Filinto Bastos (no poder judiciário), Padre Ovídio (ligadas a igreja católica), Godofredo Filho (ligadas às artes e as letras), Colbert Martins (ligadas a Maçonaria), Gastão Guimarães (médicos e profissionais ligados a Saúde). Tertuliano Santos (ligadas às músicas e composições) Armando Menezes (Servidores municipais dos dois poderes). Anápio Miranda (engenheiros e arquitetos) Enook Oliveira ( ligadas às ciências contábeis). 
 
Destaque também para a condecoração denominada  Missionário Roderick (Pessoas ligadas às igrejas evangélicas), Dival Machado (concedida aos legisladores municipais no Dia do Vereador) Arnold Silva (concedida anualmente a profissionais e órgãos de comunicação pela cobertura dos trabalhos da Casa).
 
Por fim existe também entre as honrarias o Mérito Rotário, Zumbí dos Palmares, Certificado Verde e Certificado de Excelência e outras.