Professoras das salas que atendem a estudantes com deficiência apresentam jogos educativos que favorecem aprendizagem

7/11/2019, 9:1h | Foto: Tarcilo Santana

Coordenação motora fina, raciocínio lógico, identificação de cores e matemática. Estes são alguns dos aspectos que a professora Edinalva dos Santos, que atua na Sala de Recursos Multifuncionais, SRM, da Escola Municipal Vasco da Gama, do distrito de Maria Quitéria, consegue exercitar com seus alunos utilizando apenas uma garrafinha pet com pouca água, um elástico – daquele comumente utilizado para agrupar notas de dinheiro – e bolinhas.

Na tarde dessa quarta-feira, 6, ela esteve presente na terceira mostra de jogos e atividades desenvolvidas pelas professoras que atuam nas SRM´s e no Centro Interprofissional de Atendimento Educacional Professora Marliete Santana Bastos (InterEduc), ambos espaços mantidos pelo Governo do prefeito Colbert Martins Filho, destinados ao atendimento de crianças e adolescentes com algum tipo de deficiência ou dificuldade de aprendizagem.

O encontro encerrou a formação para os educadores das Salas de Recursos Multifuncionais. O objetivo da exposição é favorecer a troca de experiências entre as profissionais; fazer com que elas compartilhem suas ideias e adquiram novos conhecimentos.

DIVERSOS JOGOS EDUCATIVOS

No caso do jogo apresentando pela professora Edinalva, os alunos devem colocar as bolinhas na boca das garrafas – que ficam posicionadas em fila – apenas com auxílio dos elásticos. “Primeiro coloca uma bolinha, depois duas ao mesmo tempo, e assim sucessivamente; exige atenção e destreza para não derrubar as garrafas. Exercitamos os números a partir da quantidade de bolinhas”, explica. A coloração foi adicionada por ela para ampliar as possibilidades de aprendizado a partir da brincadeira.

Várias outras brincadeiras foram apresentadas pelas professoras: jogo de completar histórias para estimular a criatividade e incentivar a interação; caixa de textura – com espaços preenchidos por objetos de diferentes texturas – para exercitar a motricidade fina, imaginação e criatividade; jogo da memória com fotos dos próprios alunos para exercitar a autoidentificação, entre outros.

A professora Rosemeire Oliveira, chefe da Divisão de Educação Especial da Secretaria Municipal de Educação, destaca que este diálogo mais amplo entre as profissionais resulta em contribuição para a melhoria da qualidade do ensino aos estudantes. “Estes jogos são criados por essas professoras a partir de diversos materiais. A ideia aqui é divulgar o trabalho delas e mostrar como elas são criativas no desenvolvimento destes materiais”, complementa.

Além da mostra, duas professoras da Rede Municipal de Educação também lançaram seus livros durante o encontro. “O mundo que eu gostaria”, de autoria de Sheila Menezes, que atua no InterEduc; e “Docência na educação superior: cego e baixa visão – múltiplos olhares”, de Cristina de Araujo Ramos Reis, integrante da Divisão de Educação Especial da Seduc.

AS SALAS DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS

No turno oposto ao das aulas regulares, estudantes com algum tipo de deficiência ou transtorno que dificultem a sua aprendizagem são atendidos nas Salas de Recursos Multifuncionais durante 50 minutos; lá, eles participam de atividades adaptadas que auxiliam no desenvolvimento pedagógico.

São jogos para exercitar a coordenação motora, construção de instrumentos musicais, maior utilização de imagens, entre outras práticas. Todas têm o objetivo de reforçar o aprendizado desses alunos, estimulando seus sentidos, principalmente tato, visão e audição.