Ação da Prefeitura ameniza dor e frio de quem vive nas ruas

9/8/2019, 8:16h | Foto: Raylle Ketlly

Viver nas ruas fica ainda mais difícil nos meses mais frios do ano. Devido a isso, a Prefeitura de Feira de Santana, por meio da equipe do Consultório na Rua, da Secretaria de Saúde, tem levado assistência a quem vive nesta situação e doado cobertores e agasalhos a pessoas em situação de vulnerabilidade social. Ofertam mais do que cuidado: transmitem amor.

Desde junho, a equipe tem distribuído roupas para amenizar o frio. A ação foi resultado de uma campanha coordenada pela Atenção Básica, que contou com a solidariedade da comunidade e da própria rede de saúde.

“Ofertamos o atendimento clínico, psicológico e social”, afirma a enfermeira técnica do programa, Darlene Santos.  Durante as ações noturnas os pacientes em situação de rua também recebem alimentos.

Médico do programa, Ritze Viegas ressalta que a assistência prestada nesse período é intensificada. As baixas temperaturas para quem já possui uma patologia podem ser um agravante à saúde, a exemplo de quem já possui um quadro de tuberculose. “Problemas respiratórios podem levar a um quadro de pneumonia”.

“Asseguramos a assistência ao paciente para reduzir os danos e que ele não venha a ter complicações”, afirma. No entanto, nem sempre aderem ao tratamento. Deixam de seguir as orientações e de tomar as medicações que são fornecidas gratuitamente. “Há também casos de pacientes que deixam a cidade, que estão de passagem. São aqueles itinerantes”, acrescenta.

Busca ativa

Estão cadastrados 424 pacientes no programa, que foi implantado há cinco anos pela Prefeitura. “A média mensal de pessoas atendidas é de 320. No entanto, nem sempre aquele que recebe o acompanhamento está cadastrado”, diz a enfermeira Darlene Santos.

Nas ações, que também ocorrem durante o dia, os profissionais de saúde percorreram os principais pontos de concentração dos moradores de rua, como os bairros Cidade Nova e Kalilândia, Praça da Matriz e as avenidas Presidente Dutra e Getúlio Vargas.

“Geralmente vão conviver nas ruas por questões de conflito familiar, por achar que nas ruas encontrarão a liberdade, também devido a transtornos mentais e o uso de drogas”, afirma a enfermeira.

Segundo ela, nem sempre aceitam ir para a casa de passagem ou quando resolvem ir, ficam por pouco tempo. “A convivência nas ruas e a dependência das drogas tiram a autoestima e também a autoimagem, até de maneira inconsciente”, observa o psicólogo João Cardoso.

Quem não tem documentos ou os perdeu, são encaminhados para órgãos que os emitem. O serviço é viabilizado por meio de parceria entre a Prefeitura, cartórios, SAC e Defensoria Pública.