Contadora de histórias une educação ambiental e valores humanos em apresentação no Centro Integrado Joselito Amorim

7/8/2019, 9:0h | Foto: Andreyse Porto

Da sustentabilidade a valores humanos essenciais. Assim caminhou a apresentação de Kiara Terra, contadora de histórias, no Centro Integrado de Educação Municipal Professor Joselito Falcão de Amorim, que fica no Centro da cidade. Nesta segunda-feira, 5,  os alunos de Ensino Fundamental I e II da unidade de ensino conheceram de perto o projeto “Histórias para pertencer ao mundo”, do Instituto Estre, e do qual a artista faz parte.

Personagem principal injustiçada, solidariedade, preconceito, humor e educação ambiental. Tudo isso faz parte da história de Maria, uma menina sempre adorada por seus conterrâneos. O motivo: uma habilidade especial que a permitia fazer florescer qualquer lugar.  Entretanto, a jovem foi obrigada a se afastar de sua terra quando decidiu parar de usar seu dom. 

Em dois episódios, a população de sua cidade despeja grandes quantidades de lixo perto dos locais em que ela ia se alojando, para afastá-la ainda mais. Ela chega a tomar algumas medidas parciais especificas em ambos: em um, plantou uma horta, no outro, construiu uma casa. E decidiu não se afastar mais; ficaria em seu novo lar a partir dali.

Policiais, bombeiros, entre outras figuras, tentaram convencê-la a ir, mas ela considerava aquele ódio inexplicável e alegava não ser ouvida. Foi então que uma professora decidiu conversar com ela. Além de resolver as desavenças, ambas deram jeito também em todo o lixo restante, construindo um aterro sanitário no local.

A principal discussão deste projeto do Instituto Estre é sobre meio ambiente, mas ele também foca em questões sociais, humanas: a história de Maria trata de sua marginalização recorrente e de como a sociedade ao seu redor lida com isso. “O que a gente faz com quem tá fora da sociedade: afastamos mais ou acolhemos? A gente precisa desse ato de transformar,” disse Kiara.

Outro ponto destacado pela artista foi a figura central de toda mudança. Na história original, é um padre quem resolve ouvir Maria. Kiara é criadora do método “história aberta”. Nele, há um roteiro definido, mas além de incentivar sua plateia a sugerir fatos, ele também permite pequenas adaptações no desenvolvimento da trama. “Eu acho que quem está fazendo transformação social hoje é o professor. Imagine 120 vidas passarem pelas suas mãos todos os dias e você transformá-las em todos esses dias”, declarou.

Segundo Bruno Villaça, biólogo e assistente de projetos do Instituto Estre, este é um dos projetos desenvolvidos pela instituição voltados para o meio ambiente no Brasil. Seu objetivo primário é ampliar a discussão sobre educação ambiental de uma forma lúdica, a partir da arte. Mas ele vai além. “De forma divertida e interativa, a Kiara trabalha também valores humanos. É importante para ampliação da consciência humana de forma geral”, afirmou.

Há também o programa “Escolas Sustentáveis”, que tem o objetivo de fomentar a construção de espaços educadores sustentáveis a fim de incorporar as ideias da educação ambiental crítica em todas as vias da unidade escolar; e o projeto “Cadê o lixo que estava aqui?”, em que o Instituto oferece oficinas pedagógicas em escolas para fortalecer o debate acerca da educação ambiental.