Alimento para o corpo e para mente: o Kariri-Xokó que quer ensinar história ao seu povo

12/4/2019, 12:48h | Foto: Tarcilo Santana

Ajudar seu povo de toda forma que puder. Esta é a meta de Wayran Suíra, um dos integrantes da tribo alagoana Kariri-Xokó que visita Feira de Santana e outras cidades em seu entorno durante este mês, em que é celebrado o Dia do Índio. Além de se dedicar à arrecadação dos alimentos e venda de artefatos tradicionais de sua cultura, como de costume, ele também pretende ser professor de história.

“Vou estudar sobre tudo. História dos indígenas, do Brasil, do mundo. O importante é levar o conhecimento para eles. Eu me vejo passando isso pras crianças”, diz o Kariri-Xokó. Wayran foi recentemente aprovado para o curso de Licenciatura em História na Universidade Estadual de Alagoas e pretende se dedicar à carreira. “Ensino médio, mestrado, doutorado. Quero me especializar”, completa.

Abril é o mês do índio e, pela terceira vez, integrantes da tribo Kariri-Xokó visitam a Secretaria de Educação da Prefeitura de Feira de Santana – é a nona visita a Feira. Na manhã desta quinta-feira, 11, três deles performaram algumas de suas danças tradicionais no pátio da Seduc e expuseram artefatos e peças de artesanato para comercialização.

Ao todo, 14 índios estão em Feira de Santana com o mesmo objetivo: arrecadar dinheiro e alimentos para sustentação de sua comunidade. Eles seguem uma programação que inclui visita a escolas públicas e também privadas.

A medida é uma forma de preservar a sua reserva indígena. “Somos quase 4.000 na nossa tribo. Não é uma reserva muito grande, então não dá pra viver só da caça”, explica Wayran Suíra, que também é líder do grupo que visitou a Secretaria.

Todo ano, em abril, eles saem de sua tribo, às margens do Rio Oporá (São Francisco), em Alagoas, com esta missão. Em 2017, conseguiram arrecadar 5 toneladas de alimentos em sua passagem por Feira de Santana e região, além do dinheiro da venda de artesanato que é feita nas instituições em que eles visitam. Desta vez, eles permanecem na cidade até 2 de maio.