Após perder filhos e marido tragicamente, dona de casa encontrou motivação em oficinas terapêuticas

30/1/2019, 9:32h | Foto: Raylle Ketlly

Para ajudar os pacientes que passam pelos mais variados tipos de transtorno mental, os CAPS (Centro de Atendimento Psicossocial) oferecem oficinas em grupos terapêuticos, com o objetivo de estimular a atenção, paciência, memória, criatividade e a organização interna de cada pessoa acompanhada.

Elienay Farias (foto) é uma das pacientes que participa da oficina “Mãos à obra” realizada na unidade CAPS 3. Acompanhada pelo serviço desde 2002, ela diz ter encontrado no grupo uma motivação para vencer.

“Eu fiquei depressiva e isolada dentro de casa por perder meus filhos e marido em um acidente e logo em seguida perdi minha mãe e meu irmão. Mas graças a Deus depois que fiz acompanhamento e tratamento me sinto bem. Encontrei aqui uma motivação, hoje eu ensino e ajudo as colegas que não sabem confeccionar produtos de artesanato”, relata.

Assim como Elienay, outros pacientes foram reinseridos na sociedade através do grupo que confecciona tapetes, panos de prato, sandálias e pulseiras artesanalmente. Os integrantes possuem quadro psíquico estabilizado, aptos a manipulação de tesouras e objetos pontiagudos, e também dispostos a encontrar alternativas para lidar com os próprios conflitos.

Atividades manuais possibilitam o resgate da autoestima

Responsável por acompanhar o grupo, a psicóloga Margarete Carneiro observa que as atividades manuais possibilitam o resgate da autoestima dos pacientes, recupera a segurança, ordem e respeito.

“Trabalhamos a educação, imposição de limites e o fortalecimento do vinculo social. Muitas delas viviam isoladas e aqui no grupo é feita uma troca de saber, onde uns ensinam aos outros as técnicas que dominam. Então todas as pacientes são professoras e isso as deixam com autoestima elevada, pois percebem que podem passar algo de produtivo a alguém”, ressalta.