Jovem com síndrome de down encontra estímulo em oficinas do Programa Arte de Viver
Participante de várias atividades no Programa Arte de Viver, Alisson Felipe Brandão do Santos, 19 anos, portador de síndrome de down, é um exemplo dos benefícios que o desenvolvimento de atividades artísticas e culturais pode proporcionar. Na última quarta-feira, 5, no encerramento do semestre da Oficina de Teatro no CEU Cidade Nova, ele integrou o elenco da peça teatral, juntamente com sua família. Literalmente, o palco se tornou sua segunda casa.
Na oportunidade foi encenada a peça "Peripécias de um nordestino astuto e bom de conversa", que divertiu a agradou bastante a plateia, arrancando muitas gargalhadas e aplausos.
Há aproximadamente dois anos, o jovem é participante assíduo das atividades no projeto que acontece no Centro de Artes e Esportes Unificado - CEU da Cidade Nova. Alisson afirma que adora a oficina de teatro e não consegue mais viver sem as atividades que fomentam cultura, música, arte e até mesmo o condicionamento físico.
Feliz ao término da apresentação teatral que vinha ensaiando neste último semestre, a qual representou o papel de feirante, Alisson conta suas conquistas e bastante satisfeito por estar realizando os maiores desejos da sua vida, incentiva outras pessoas a participarem do Arte de Viver, assim como fez com sua família. E afirma que sua condição - a síndrome de Down, não o difere de ninguém.
Família unida no palco
Expressa bastante alegria em contar sobre ter levado a sua família para o palco e vê-los fazer aquilo que mais ama: a arte. “Gosto muito, é o maior prazer estar com a família unida, e aqui, o teatro pra mim é tudo. Muito bom”, afirma Alisson.
Em suas palavras, Alisson observa que as atividades do Programa Arte de Viver fazem bem para o corpo e para a alma. “Todos nós precisamos ter uma oportunidade como esta. Isso tira as pessoas de dentro de casa, dos aparelhos eletrônicos e redes sociais, é importante fazermos essas tarefas e as atividades. É muito bom para nosso corpo. Nosso corpo e mente necessitam disso”, completa.
Teatro ajudou Henrique a vencer a timidez
O irmão de Alisson, Henrique Brandão Santos, 14, que representou o personagem principal em sua fase adolescente, participa da atividade também há um ano. E expressa gratidão pelas aulas que ajudaram bastante na sua rotina. “O Arte de Viver agregou bastante na minha vida. Eu era meio tímido, introvertido, e o teatro me ajudou na comunicação com pessoas e a sensação da apresentação para o público não tem como descrever”, afirma.
E comenta feliz a participação das atividades junto a sua família “É muito bom estarmos juntos no projeto. Somos uma família unida e agora em um propósito só, no caso, o teatro e isso fica melhor para interagir dentro e fora do ambiente da nossa casa”, completa Henrique.
Dorivete Brandão Santos (foto), 47, mãe de Alisson e Henrique, e que também interpretoi um dos personagens da peça - o delegado - explica os benefícios que o programa traz à sua vida e família. “Tem proporcionado uma inclusão tanto para Alisson quanto para os meus outros filhos. Alisson que trouxe a gente pra cá, ele que foi o início. Ele que gosta muito de representar, gosta de cantar, em casa tem a influência do pai, que é músico e mexe com tudo, canta. E as oficinas tem sido uma escola pra gente. Já tenho dois anos aqui”, explica.
O Arte de Viver funciona há aproximadamente 18 anos e tem contribuído para a formação das pessoas que procuram desenvoltura, qualidade de vida, ou até mesmo perder a timidez e fazer uma atividade que associe aos planos e sonhos para o futuro. Com Alisson não foi diferente, segundo ele, o sonho de ser músico e participar ainda mais das atividades que o Programa proporciona é um dos objetivos.
Superando limitações através da arte
O professor da oficina, Roberval Barreto, elogia o jovem e também todos os alunos que possuem algumas limitações. "Não existe limitação quando o assunto é arte. É muito importante para estas pessoas a presença da arte na vida delas, porque através disso eles conseguem se expressar, liberar sentimentos, movimentos”, afirma.
Para Roberval, eles se desenvolvem muito nas rotinas esportivas e culturais."É um prazer ver a evolução dos alunos. Eu sempre gostei de trabalhar com eles, nunca encarei como desafio. Eles são tratados da mesma forma, como todos. Porque o projeto Arte de Viver é isso, é inclusão, então aproveitamos ao máximo eles”, completa.