Escola promove Feira de Africanidades e lembra 119º aniversário do Mestre Bimba

27/11/2018, 15:24h | Foto: Andreyse Porto

Na data em que seria celebrado o 119º aniversário do Mestre Bimba - responsável pela fundação da primeira escola de capoeira no Brasil – tradição e ancestralidade foram retratadas em telas e no movimento durante a exposição da II Feira de Africanidades da Escola Municipal Nossa Senhora das Cadeias, do distrito de Humildes, que aconteceu na última nesta sexta-feira, 23. Mais de 250 alunos do grupo 3 da Educação Infantil ao 5º ano do Ensino Fundamental atuaram nas produções.

A capoeira, além de representada nas obras artísticas dos estudantes, foi trazida para o pátio da escola. Ao som das palmas, do berimbau e do pandeiro, os alunos comemoraram a culminância do projeto.

Aprendi sobre disciplina e respeito, diz pequena capoeirista

“Pra mim, a capoeira é arte e cultura”, afirma Larissa Moreira Santos, de 11 anos e aluna do 5º ano. “Já pratico há onze meses e é muito bom. Aprendi sobre disciplina, respeito ao próximo e também a me defender”, conta.

Valorizar a cultura africana de forma lúdico-pedagógica

O objetivo do projeto é valorizar a cultura africana de forma lúdico-pedagógica. “Nossa escola está localizada no campo e podemos observar o quão forte são as raízes dos ancestrais africanos por aqui. É importante que estas crianças se reconheçam e percebam a representatividade da sua própria cultura”, destaca a diretora da escola, Suzana Alves.

“A arte foi muito importante para o aprendizado dos alunos”, acredita Érika Casaes, coordenadora pedagógica. “Permitiu que o conteúdo fosse abordado de forma leve e divertida, os alunos assimilam muito melhor quando o contexto histórico é aliado às telas e esculturas”, observa.

Alunos desmitificaram alguns conceitos

As professoras de arte, Juliane Faria (foto) e Márcia Cerqueira, foram as responsáveis por colocar o projeto em prática. Beleza negra, animais, bonecas Abayomi e capoeira estiveram entre as temáticas retratadas nas obras. “Além da valorização, muitos alunos desmitificaram alguns conceitos e aprenderam a respeitar as religiões de matrizes africanas, por exemplo. Tivemos um feedback positivo”, declara Juliane.

“Existem muitas tradições que as crianças não conhecem e precisamos mantê-las vivas”, acredita Miraci Machado, mãe de Fábio Lucas Nunes, aluno do 2º ano. “Valorizar isso é resgatar parte importante da história dos nossos ancestrais e da nossa vida”, defende ela.