"Descortinando a África" valoriza cultura negra na Escola Monteiro Lobato

21/11/2018, 16:22h | Foto: Andreyse Porto

“É importante conhecer nossa descendência, o sofrimento do nosso povo e valorizar a cultura que marca nossas vidas”. A afirmação partiu de Raiana de Jesus Santos, aluna do 5º ano do Centro de Educação Monteiro Lobato, escola da Rede Municipal, durante as atividades do Projeto Descortinando a África, encerradas nesta terça-feira, 20. A escola fica no bairro Capuchinhos.

O evento contou com diversas apresentações culturais que envolveram mais de 800 estudantes do Ensino Fundamental I e II e também da Educação de Jovens e Adultos (EJA). “Falamos sobre escravidão, sobre a África e a nossa história. Eu amo muito a cultura africana e fiquei feliz por ter a oportunidade de trabalhar com o tema em sala de aula”, conta Raiana.

Respeito, empoderamento negro, valorização do ser humano, tolerância e amor ao próximo foram alguns dos valores abordados durante o projeto. “Em novembro, trouxemos para as salas de aula textos literários que tratam da afrodescendência. Os alunos se envolveram muito na proposta e se sentiram valorizados”, avalia a coordenadora pedagógica Myllena Almeida.

“Dia da consciência negra tem que ser todo dia, não apenas 20 de novembro”, defende Davi Martins Macedo dos Santos, estudante do 5º ano. “Temos tratado diariamente de temas como o racismo, pois é necessário falarmos sobre aquilo que incomoda também na escola”, acredita.

O encerramento, realizado nos três turnos, contou com exposições de bonecas africanas, banca de acarajé, desfile com alunos e professores, capoeira, samba de roda, apresentações de dança, teatro e do coral do Programa Música na Escola.

O Descortinando a África envolveu a comunidade escolar, pais e responsáveis. Karla de Souza Brito, mãe da estudante Iasmin Brito de Jesus, do 2º ano, iria apenas ajudar a filha e algumas amigas antes das apresentações, mas terminou realizando uma oficina de maquiagem para as alunas.

“Acredito que seja extremamente necessário abordar a cultura negra com as crianças. É neste momento que elas estão conhecendo o mundo e precisam ter uma visão melhor do ambiente, dos outros e de si mesma. As meninas ficaram empolgadas e se sentiram empoderadas com a maquiagem, isso me deixou muito feliz”, relata Karla.