Práticas esportivas devem ser mais inclusivas, defende orientador da Caravana

24/7/2018, 19:1h | Foto: Andreyse Porto

Disseminar a ideia de um esporte que não valorize apenas a competição, o rendimento, mas sim a participação de todos. Este é o principal objetivo do encontro de formação “Esporte Educacional/Esporte Para Todos”, oferecida aos professores da Rede Municipal de Educação durante a Caravana do Esporte e das Artes, que está em Feira de Santana até esta quarta-feira, 25. A formação está sendo realizada na Faculdade Pitágoras.

Modalidades tradicionais são excludentes, diz Alan

Segundo Alan Leão, orientador do encontro, as modalidades tradicionais são excludentes, pois premiam apenas os melhores. “Se uma turma tem 40 alunos que vão jogar basquete na aula de Educação Física, por exemplo, 30 estudantes vão apenas assistir à partida, pois as equipes naquele esporte são formadas apenas por cinco jogadores de cada lado. Queremos garantir também a participação daqueles 30, e principalmente a diversão”, defende.

Ele afirma que os esportes competitivos estão formando “mini-homens”, portanto as atividades proporcionadas pela Caravana são adaptadas às características físicas dos alunos. “No nosso basquete, temos tabelas mais baixas. Se um aluno faz mais pontos num jogo, ele se empolga e volta na próxima aula. Esse é o nosso raciocínio”, explica Alan. Além de redes feitas com garrafas pet, as bolas são mais leves, para evitar machucar os alunos e também mais baratas por que são feitas com material reutilizado.

“São muitas escolas e estudantes. Queremos incentivar essas ideias, então nos perguntamos: o que é mais fácil: os prefeitos comprarem bolas de R$ 200,00 para todas as escolas ou, mais acessíveis, por R$ 8,00?”, indaga o professor.

A Caravana do Esporte e das Artes conta com uma rede de atletas parceiros, dentre eles, está Diogo Silva, campeão pan-americano de taekwondo. Segundo Alan, todos eles defendem a abordagem educacional do esporte. “O ‘esporte-rendimento’ é desgastante, debilita a saúde e causa vários traumas. Nas formações, Diogo fala sobre lesões, injeções a que foi submetido, tudo por conta dessa busca pelo melhor rendimento”, diz.

Tudo que é tratado com os alunos no circuito montado no Complexo Poliesportivo Oyama Pinto é abordado com os professores nas formações juntamente com a parte teórica. Segundo Alan, todo jogo pode ser canalizado para o desenvolvimento de  algum conteúdo.