Campo Limpo receberá ações intensivas de combate a leishmaniose nos próximos dois anos

27/4/2018, 15:23h |

Nos próximos dois anos, o bairro Campo Limpo será alvo de ações intensivas em combate a vetores como a leishmaniose. No último dia 10 foi registrado o óbito de uma pessoa que havia contraído a doença. Nesta quinta-feira, 26, foi iniciado o trabalho intensivo pela equipe da Vigilância Epidemiológica.    

Neste primeiro dia, os agentes de endemias realizaram a borrifação em cerca de 30 imóveis. O veneno é aplicado nas paredes das casas, lugar onde o flebótomo (mosquito transmissor da leishmaniose) costuma se esconder. 

Segundo o supervisor de endemias, Ronaldo Lima, esses insetos se aproveitam do local, principalmente se tiverem buracos ou brechas. “O veneno vai proteger durante 90 dias e se o mosquito retornar a parede ele vai morrer”, explica.

Vítima demorou a procurar atendimento

A pessoa que foi a óbito no bairro Campo Limpo possuía a doença há seis meses, além de outras patologias como anemia e doença no fígado, o que pode ter agravado o caso. A procura por atendimento na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Hospital Geral Clériston Andrade só se deu um mês antes do óbito, onde não foi diagnosticado. No dia 9, ele foi levado por familiares a UPA da Mangabeira, com estágio avançado, mas teve o pedido de regulação estadual negado. Ele faleceu no dia seguinte.

Abalada pela perda, a irmã Lílian Cerqueira (foto) informa que a vítima não procurou atendimento antes por não suspeitar da doença. “Sentimos muita falta dele. Os primeiros sintomas foram muita febre, mesmo no calor ele sentia frio. Nós não suspeitávamos que fosse essa doença, não sabíamos o que era a leishmaniose”, relata.

Febre persistente por mais de sete dias é um dos sintomas

A referência técnica em leishmaniose, Taís Peixoto (foto), ressalta que a comunidade deve ficar atenta aos sintomas de febre imune a remédios e persistente por mais de sete dias, sangramento e barriga d’água, procurando de imediato atendimento numa unidade de saúde. “Tivemos cinco casos confirmados durante esse ano, desses, os dois que evoluíram a óbito tiveram diagnóstico tardio. Quanto mais cedo a pessoa procura atendimento médico, maiores são as chances de cura”, informa.

Segundo Taís Peixoto, o vetor da leishmaniose é muito parecido com a dengue, porém com uma letalidade maior. “O mosquito pode picar qualquer pessoa, mas as chances maiores do desenvolvimento da doença estão naquelas com a imunidade baixa”, afirma.

Dicas para prevenir a doença

A transmissão da leishmaniose acontece através do flebótomo (também conhecido como mosquito palha). Tanto homens, como animais estão suscetíveis a doença. Para afastar o mosquito transmissor da sua residência, mantenha seu quintal limpo: remova materiais orgânicos como folhas, restos de comida, frutos e fezes de animais. Também mantenha a vacina dos seus cães em dia.