Após parto em praça pública, há três meses mãe e filho são acolhidos pelo Consultório de Rua

20/2/2018, 9:4h |

Com um filho de três meses no colo, Ester Gonçalves foi a primeira pessoa a receber atendimento na mais recente ação noturna do Programa Consultório de Rua, da Secretaria Municipal de Saúde. Desde o nascimento da criança, eles recebem toda atenção da equipe. A moradora de rua fez o parto sozinha, numa praça da cidade. 

Os profissionais de saúde tem dado prioridade no seu atendimento, através de consultas mensais, que envolvem desde procedimentos básicos como consultas, acompanhamento da situação vacinal do bebê e assistência social.

"A gente é uma família", diz moradora de rua sobre relação com as enfermeiras

“Me sinto acolhida. As meninas (enfermeiras) vivem aqui realizando consultas, brincam com meu bebê. A gente é uma família”, ressalta Ester Gonçalves, enquanto amamenta o filho na casa de acolhimento.

Trabalho em campo requer abordagem diferenciada

Um bom papo faz parte da abordagem diferenciada. Ao chegar no local os profissionais apresentam a proposta da equipe. Rapidamente a fila se forma. E os moradores de rua vão se aproximando.  O acolhimento é iniciado com a coleta de dados. Atenciosa, a enfermeira logo pergunta ao próximo a ser atendido como ele se sente.

Com uma sensação de mal estar, além de uma inflamação na pele,  Welington Silva, 41 anos, é mais um morador acompanhado pelo programa. Há 20 anos vivendo nas ruas, ele conta que a aproximação se deu através da assistente social.

“Eu tinha receio de procurar a unidade de saúde por falta de documentação, sempre eu desistia. Aqui é mais fácil. Eu gosto do atendimento. Cheguei aqui com insônia e uma inflamação, logo fui atendido e já estou saindo com o medicamento na mão”, relata.

Funciona como um posto de saúde itinerante, descreve enfermeira

A enfermeira e referência técnica, Darlene Santos, explica que o Consultório de Rua funciona como um posto de saúde itinerante, onde alguns pacientes são direcionados a partir do atendimento no programa para outros serviços.

“Mesmo sem possuir comprovante de residência, os moradores de rua tem a garantia e assistência do atendimento na Rede Municipal de Saúde. Há casos que necessitam ser encaminhados a uma unidade e a gente faz isso através do sistema de referência do município, com as parcerias dentro da própria rede, como Hospital da Mulher e CMDI”, informa.

Implantado em 2015, o trabalho do Consultório na Rua é desenvolvido por médicos, psicólogos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e assistentes sociais. A iniciativa visa ofertar serviços básicos de saúde, como testes rápidos de HIV, sífilis e hepatite, aferição de pressão arterial e atendimentos médicos de maneira mais oportuna, por meio das equipes e serviços da atenção básica.