Armadilha para pegar mosquito é instalada em fazenda onde jovem morreu de leishimaniose

29/1/2018, 20:18h |

A comunidade Fazenda Agua Grande, distrito Maria Quitéria, onde residia o agente de portaria Antonio Cesar da Silva, 34 anos, que morreu vítima de leishimaniose na semana passada, recebeu nesta segunda-feira (29) a visita de profissionais da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde. O local está sendo alvo de ações preventivas por parte do órgão.

A bióloga Rosemeire Dourado e o gerente de endemias, Edvaldo Correia, conversaram com familiares da vítima, para orienta-los sobre formas de prevenção contra o mosquito transmissor da doença – o inseto é infectado ao picar cães contaminados, principalmente.

No local foram instaladas armadilhas denominadas CDC, uma espécie de coletor luminoso que atrai mosquitos. Quando o inseto tem contato com o equipamento, em funcionamento durante a noite. Nesta terça, o objeto vai ser recolhido, para análise dos mosquitos capturados. O objetivo é prender a espécie conhecida como mosquito palha, transmissor da leishimaniose. A identificação é feita no laboratório de entomologia, no Centro de zoonoses.

A comunidade também foi orientada a observar sobre sintomas característicos de calazar nos cães (perda de peso acentuada, feridas no focinho ou orelhas, sangue nas fezes crescimento acentuado das unhas).

Cães da região vão ser examinados nos próximos dias



Além da captura de mosquitos, a Vigilância Epidemiológica também pretende realizar, na comunidade onde residia o agente de portaria morto por leishimaniose, um inquérito canino. É um trabalho que consiste na realização de teste rápido em cães. Material colhido nos animais é encaminhado ao Lacen, que examina e informa se estão infectados pelo inseto.

Segundo a diretora da Vigilância Epidemiológica, Francisca Lúcia de Oliveira (foto), nesta terça-feira ela vai manter contato com o Núcleo Regional de Saúde (antiga Dires), órgão estadual responsável pelo fornecimento de kits para realização do inquérito canino.

Tio da vítima diz usar repelente “dia e noite”



Amilton Santana, pedreiro, tio da vítima Antonio César da Silva, disse que a presença da equipe da Secretaria Municipal de Saúde é algo tranquilizador para a família. “Essa ação nos deixa mais sossegados. Queremos saber se esse inseto continua presente aqui na região e com o coletor que está sendo instalado teremos a resposta”, diz ele, que garante estar usando repelente dia e noite para se proteger.

Casa a casa, agentes vão borrifar inseticida em áreas de risco



O gerente de endemias da Secretaria Municipal de Saúde, Edvaldo Correia (foto), esteve presente na Fazenda Água Grande para auxiliar na ação do Departamento de Vigilância Epidemiológica, prevenindo a comunidade contra o mosquito palha, transmissor da leishimaniose. Ele disse que o combate ao inseto em Maria Quitéria é feito desde 2016. Nos próximos dias, assinalou, um trabalho de borrifação de inseticida acontecerá “casa a casa” em áreas consideradas de risco no distrito.