Vencedor de prêmio nacional, poeta feirense vai ao RJ, com apoio da Fundação Egberto Costa
Começou a fazer poesia aos oito anos de idade
Feirense, egresso de escolas públicas de Feira de Santana, o poeta Solidade Lima começou a escrever poesias aos oito anos de idade depois que conheceu, na escola, a obra de Castro Alves. Aos 15 anos, com a chegada da puberdade, o artista explica que seus escritos tornou-se publicados já que "a rebeldia é uma máquina de fazer versos.
O artista publicou pela primeira vez no extinto Jornal Folha do Norte. Suas criações faz abordagens existencialistas "buscando o entendimento das grandes temáticas da vida" como a morte, por exemplo.
Para Solidade "o poeta é fundador de mundos" pois criar é refundar uma nova perspectiva de vida. Autor de quatro livros de poesias, o poeta está em processo de produção do seu primeiro livro de prosa, previsto para ser publicado ainda este ano.
Apoio “valoriza quem faz a cultura acontecer”, diz presidente da Fundação
"É uma forma de valorizar as pessoas que fazem a cultura acontecer", diz o diretor-presidente da Fundação Egberto Costa, Antonio Carlos Coelho. Assim, assinala, o órgão vinculado a Prefeitura Municipal cumpre, "cada vez mais, nosso papel, que é fomentar a cultura feirense".
Conforme o presidente, o prefeito José Ronaldo autorizou que a Fundação custeasse a ida de Solidade ao Rio de Janeiro tão logo foi comunicado do feito do poeta e da necessidade. "De pronto tomamos as providências".
Coelho observa que é com recursos próprios, oriundos das atividades realizadas nos teatros que administramos, que a Funtitec tem conseguido levar artistas de Feira de Santana para diversos lugares do Brasil e até para fora do país para representar o município.
O soneto premiado de Solidade Lima
Constelação de Cygnus
Doces cisnes num lago, doces sinos
nos lábios do vento... brincam brisas
sob o sol que incandesce e que desliza
pela pele do poente alabastrino...
Dois planetas humanos e divinos,
dois cometas numa órbita precisa
(o mundo num segundo paralisa)
mergulham-se na luz de um só destino.
Mas da vida é o tempo atroz adaga;
rasga o seio do sonho e o cisne vaga
serrando as asas e subindo ao ceu.
À noite, quando uma estrela chora,
a lágrima de um cisne inunda a aurora
lembrando aquele amor que não morreu.